segunda-feira, 17 de novembro de 2008
O renascimento da Ética
Este artigo foi escrito pela minha amiga Mara, colega de profissão, advogada, pós graduada, escritora, pregoeira da DP, assessora especial da Subdefensoria Pública-Geral.
Porém, mais que isso, minha irmã em Cristo, que canta lindo, que tem uma família abençoada e que é uma mulher de quem me orgulho, segundo o coração de Deus, que alcançou muito nesta vida e continuará alcançando, até conquistar os céus!
Beijos Mara, você é um exemplo.. Lindona!
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O RENASCIMENTO DA ÉTICA
Site: http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=59399&edicao=10005&anterior=1
Publicado no Diário de Cuiabá em 2001 (republicado esse ano - 2008)
“(...) nunca foi tão necessário, como hoje se mostra, reabilitar a Ética. A crise da humanidade é uma crise moral. Os descaminhos da criatura humana, refletidos na violência, no egoísmo e na indiferença pela sorte do seu semelhante, assentam-se na perda de valores morais. De nada vale reconhecer a dignidade da pessoa, se a conduta pessoal não se pautar por ela.”
Esta colocação de Nalini parece refletir a ânsia de todos nós por um mundo mais humano, menos amoral, mais ético.
Fala-se muito, em nossos dias, em bioética, a qual abrange em seu estudo, a moralidade da conduta humana em todas as ciências da vida. A questão é: será que falar é o bastante? Será que, não estamos mais uma vez, sendo hipócritas, ao proclamarmos a necessidade de um renascimento da ética e da moral, enquanto nosso viver diário busca totalmente o contrário, com condutas antiéticas e imorais?
Muitos poderiam dizer que estamos sendo duros demais em nossa colocação, entretanto, se analisarmos bem a situação atual, e mais ainda, se partirmos da análise pessoal, verificaremos que os valores que nos movem, estão distantes, em muitos aspectos, da realidade ética da qual bradamos a falta.
Se com coragem e sinceridade, buscarmos o auto-conhecimento, e após este, formos capazes de assumir a necessidade de mudança pessoal, e de resgate de valores éticos-morais, que foram sufocados por valores materiais, os quais têm sido o centro de nossa vida, perceberemos o quanto nos tornamos indiferentes e insensíveis.
Essa insensibilidade, nos leva a uma condição coincidente apenas com interesses próprios, o que na verdade nos torna faltos de moral e revestidos de uma moralidade mesquinha e falsa, e que nos tem impedido de conscientização da atual situação de caos em que vivemos, onde há fome, e não apenas fome de alimento físico, mas também fome de justiça, de paz, de atenção, de afeto, em fim, de amor.
A pessoa humana, está clamando pela prática do amor ao próximo, no entanto, na maioria das vezes, quer apenas receber e não se dispõe a dar ou a escutar aos anseios do seu próximo mais próximo. Quer amizade, mas oferece desapego e desinteresse.
O renascimento da ética deve começar dentro de cada um de nós, a partir do exame constante de consciência, como caminho para o desenvolvimento do verdadeiro amor próprio. Pois este amor, será capaz de nos mostrar nossas deficiências, como a intolerância e a falta de humildade que nos impede de considerar o outro como um de nós, capaz de sentir as mesmas emoções e sofrer das mesmas ansiedades que sofremos. Só estaremos aptos a amar o outro, depois de amarmos a nós mesmos, nos valorizando, nos respeitando e reconhecendo nossos limites.
Só assim teremos condições de respeitar o próximo, e seremos levados a considerar as diferenças existentes, as opiniões, mesmo que contrárias à nossa, como possibilidade de aprendizado e crescimento. Pois que, no outro também há o que se valorizar, visto que com suas experiências, de alegrias ou dissabores, poderá nos acrescentar conhecimento e sabedoria .
Através da busca contínua do amor e da fraternidade, nos permitiremos o alcançar da verdadeira ética, pois sem amor o que temos é o vazio que nos assola a todos.
Muitos de nós, temos contribuído para este momento de desespero, quando elencamos os supérfluos como os valores últimos a serem alcançados. Uns, através do conformismo ou da apatia, enquanto que outros através do egoísmo e crueldade.
O fato é que temos permitindo que a miséria atinja a grande massa da humanidade, e fazemos isto sem nos preocuparmos com o futuro de nossos filhos e netos, nem em preservar valores não imediatos, mas de suma importância para seu bem estar como ser humano.
Prova dessa ânsia egoística e ligada aos valores materiais, como supremos, é o que podemos constatar em reportagem recente, sobre a situação do planeta, que é encaminhado lentamente para a morte, pelos seus próprios habitantes. O interesse lucrativo ou financeiro, nos impede de ver, e levar em conta a proporção da destruição que estamos causando. As conseqüências são desastrosas e é apenas o começo como nos diz a reportagem, “O planeta começa a responder com derretimento de geleiras, secas, escassez de água e aquecimento global aos milhares de anos de agressões feitas pelo homem” e não para por aí as agressões à natureza, pois animais nascem com falhas genéticas por causa da ganância de seus criadores, e a reportagem diz ainda, “(...) As técnicas de clonagem mesmo as aparentemente bem sucedidas, estão produzindo aberrações, como filhotes que nascem com células de animais velhos e sofrem de doenças degenerativas ainda bebês.”
O ser humano dotado de inteligência, capaz até de clonar seres viventes, busca o aperfeiçoamento de suas habilidades rumo a melhores posições sociais e o valor dinheiro tem sido muito evidenciado, servindo como referencial para medir o quanto vale o homem, mas, tem se esquecido de que toda a sua inteligência poderia também proporcionar melhores condições de vida em sociedade.
Se buscássemos através de nossas atitudes, o amor ao próximo como fonte do sucesso, não apenas momentâneo, mas que atingisse a nossos semelhantes das gerações futuras, que dependem de nós não apenas em questões de sobrevivência, mas também no que se refere à preservação e perpetuação de valores morais, que venham a proporcionar melhor compreensão pessoal e do próximo, contribuiríamos, ajudando-os na busca da verdadeira fraternidade de uns para com os outros, para que a igualdade e a justiça estejam realmente entre os valores supremos, como nos diz o preâmbulo de nossa Carta Maior, a qual foi promulgada “sob a proteção de Deus” .
Nesta necessidade de estar sob a proteção de Deus, também concorda com Ruy Barbosa, quando nos aconselha na “Oração aos Moços” dizendo: “Por derradeiro, amigos de minha alma, por derradeiro, a ultima, a melhor lição da minha experiência. De quanto no mundo tenho visto, o resumo se abrange nestas cinco palavras – Não há justiça sem Deus”.
Realmente, quando falhamos, em nossa ética e justiça humanas não podemos nos esquecer de que há um Ser Supremo que nos pode auxiliar, possibilitando em nós um aperfeiçoamento, do qual partirá muitas atitudes éticas e morais, das quais dependemos para alcançarmos o próximo em amor.
É preciso vivência da ética e não apenas, que se clame por ela, como se não estivéssemos inseridos no contexto!
* MARIA DAS DORES ARAÚJO E SILVA é acadêmica do 3º ano de Direito da Unirondon.
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